GBR Internacional faz 5 anos - e tem muito a comemorar!

13 setembro 2019

Criada em 2014, a rede presente em 11 países coleciona conquistas; Brasil é um dos países onde relacionamento com bancos é pior

 

O Guia dos Bancos Responsáveis (GBR) Internacional, ou melhor dizendo, o Fair Finance Guide International (FFGI), é uma iniciativa fundada em 2014 e atualmente conta com 11 coalizões nacionais da sociedade civil, cada uma publicando o ranking de responsabilidade de bancos do seu país. Alguns Guias também avaliam seguradoras e fundos de pensão, totalizando 114 instituições financeiras. Deste número, 9 são bancos brasileiros, cujas notas você pode encontrar aqui neste site, para diversos temas.

O FFGI é um esforço colaborativo de quase 50 ONGs da Alemanha, Brasil, Bélgica, França, Holanda, Índia, Indonésia, Japão, Noruega, Suécia e Tailândia. Nos próximos anos, também farão parte Paquistão, Reino Unido e Vietnã. A rede tem conseguido sucesso em estimular as instituições financeiras a repensar seu papel na sociedade, com a participação essencial da população local. 

 Veja abaixo os números que a rede já alcançou:

 

 

A partir da pressão que os consumidores fazem nos bancos, seja pelas redes sociais ou pelo site do GBR, os bancos são obrigados a se tornarem mais responsáveis - gerando, assim, impacto social e ambiental positivo.

 

 

Fundamentalmente, o GBR busca promover a integração e aplicação de critérios ambientais, sociais, de governança e de direitos humanos nas diretrizes dos bancos. Isso se deve ao fato de eles terem um grande impacto na sociedade, já que fornecem dinheiro para todos os setores da economia. Se quiser saber mais sobre a iniciativa, acesse a seção "Sobre Nós".

Ações do GBR pelo mundo

No Brasil, os bancos ainda dialogam pouco quando o assunto é responsabilidade em seus financiamentos. Por isso, é importante que os clientes enviem uma mensagem aos seus bancos exigindo boas práticas e avisando que estamos de olho. Para isso, todos os consumidores podem enviar uma mensagem em menos de 1 minuto, clicando aqui ou no botão ao final deste artigo.

Um exemplo a ser seguido é o da Noruega. Lá, o diálogo entre as entidades responsáveis pelo FFGI e os bancos é muito produtivo. “Os bancos têm muito interesse em participar e querem usar o FFGI como ferramenta no seu trabalho com sustentabilidade”, conta Gustavo Andrade, coordenador do GBR no país escandinavo. Ele cita ainda o maior banco norueguês, o DNB, que recebeu muitas mensagens de consumidores por meio do site do FFGI. Com isso, as instâncias superiores da instituição bancária tiveram de lidar com a questão. O resultado foi o aumento da equipe que trabalha com sustentabilidade e a melhoria do diálogo com a rede FFGI. 

Conheça algumas das conquistas dos Guias em cada lugar em que está presente:

  • Holanda: O banco ING retirou seu investimento de uma termelétrica à carvão na República Dominicana e se comprometeu a diminuir seus investimentos neste setor altamente poluente.
  • Suécia: Grandes empresas como Shell e Renault foram colocadas na "lista negra" de dois bancos suecos após estudos do GBR no país mostrarem sua contribuição com violações de direitos humanos na Nigéria e no Congo. Veja essa história completa clicando aqui.
  • Brasil: O Banco Central obrigou os bancos brasileiros a aprimorar os dados dos relatórios de ouvidoria, após estudo do GBR brasileiro criticar os indicadores utilizados.
  • França: O estudo "Minando nosso futuro", de 2015, teve muita influência no país, no ano que Conferência do Clima da ONU ocorreria em Paris. Desde então, todos os grandes bancos franceses se comprometeram a diminuir seu apoio aos setores de carvão e xisto betuminoso.
  • Indonésia: No final de 2017, a Autoridade de Serviços Financeiros (OJK) impôs uma regulação em Finanças Sustentáveis para todas as instituições financeiras, com auxílio do GBR do país.
  • Alemanha: O Pax-Bank estabeleceu uma meta de 30% de representatividade feminina em altas posições da instituição.
  • Bélgica: O Banco KBC publicou políticas de clima e mineração e vetou investimentos a empresas que produzem armas nucleares.
  • Noruega: O maior gestor de recursos de clientes do país (asset manager), recomeçou seu relacionamento com a marca de roupas H&M, exigindo que ela garanta salário mínimos para trabalhadores na sua cadeia de suprimentos.
  • Japão: O Banco Norinchukin adotou os Princípios do Equador, padrões mínimos para o financiamento de projetos, após grande pressão do GBR japonês.